segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ah, como era bom, como eram boas as noites cariocas, as boemias do baixo gávea quando eu só queria mesmo era ser como aquele menino sem camisa, com chinelas havaianas e um calção. Sorriso de dente a dente, de canto a canto na boca, fazendo a fita. Ah como era bom, alo, alo, Brasil, alo, alo, carnaval! Aluguel? Não tinha. Contas de celular? Não tinha. Não tinha nada. Ah, como era bom, ser um Joao ninguém, um moleque Tião, ave sem ninho, pois que tererê não resolve. Entrar na farra, está tudo aí: a cerveja gelada, os corpos desnudos, a libido a toda. Os amigos, o simpático Jeremias, vamos cantar! Vamos ser astros em desfile, fazer barulho na universidade, vamos lá! Berlim na batucada pois tristezas não pagam dívidas, senhor. Não pagam não. Pif paf, este mundo é um pandeiro, eu sou o samba, beba de mim. Beba de mim! Fogo na canjica, moça bonita. O Brasil venceu a copa mais uma vez, o índice de anafalbetismo acabou, a miséria foi extinta do país. Este mundo gira, toca, dança e samba. Segura esta mulher, o malandro e a grã fina, olha que enredo bom pra uma novela das oito de nossas próprias vidas. Falta alguém no manicômio, será ele, será ela? E o mundo se diverte, o cabaret pega fogo, mas fogo nas paixões, não nas coritinas. Avermelhe-se! É carnaval no fogo. Eu quero é movimento! Aguenta firme, Joao, que você vai sair dessa. Tá tudo azul, amei um bicheiro. Aí vem o barão, ele vai pagar a saideira. Mas ninguém quer sair. Todo mundo quer conversar, pega ele, pega ela! Era uma vez um vagabundo. Se um dia fui pobre eu não me lembro. Agora sou a rainha do samba que balança mas não cai. Estamos com tudo! Somos malandros em quarta dimensão. O petróleo é nosso. Barnabé, tu és meu! Tira a mão daí! Quem sabe sabe. O negócio foi assim: depois eu conto.Este mundo é um pandeiro! Com jeito vai! Vai, vai Brasil! Vai, vai, Brasil! A felicidade é aqui e agora, de vento em popa, hoje o galo sou eu! Que não existe mulher feia, existe é mulher pobre. Rico ria toa com alegria de viver! Cala boca Etelvina, que eu to com a Mao na massa. Esse milhão é meu! Pé na tábua já dizia o locutor. Aiaiai, quem roubou meu samba? Vou te contá! Aí vem a alegria! Sou uma garota enxuta! Awui tem algum massagista de madame? Vai vai, Brasil! Depois do carnaval a gente conversa! Agora mulheres a vista! Entrei de gaiata nesse samba de moçoilas, pintando o sete no cabaré INFLAMÁVEL! Eu sou a tal! Vai que é mole, tudo legal meu querido, tudo legal! Briga, mulher e samba que tudo se resolve! Nem Sansão nem Dalila é a grande vedete, a baronesa transviada! Este mundo é uma cuíca, um tamborim, um agogô. Quanto mais melhor. Ah, o Rio 40 graus, verão e amor. Prá que mais? Bom mesmo é carnaval e teatro e cinema e samba. Assim era Atlântida. Assim será o Brasil de volta nesse trem pras estrelas, lá vou eu, vai que vai meu Brasil! É carnaval em marte! É matar ou correr, ou sambar com o homem do Sputnik. Aviso aos navegantes: E o espetáculo continua! Absolutamente certo, absolutamente certo! E chega. Agora é mais glamour!

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