De: jeyne stakflett Para: DIONISIO NETO Data: 25/08/2008 22:52 Assunto: PESQUISA SOBRE MARCHINHAS DE CARNAVAL Veja também Antônio Almeida no especial Marchinhas de Carnaval. Veja também as letras de Braguinha, Benedito Lacerda, Marchinhas De Carnaval, Carmen Miranda, Ary Barroso, Chiquinha Gonzaga, Chacrinha, João Roberto Kelly, Caetano Veloso e Carlos Mendes. Veja também as letras de: Braguinha [João de Barro]
Foto: Mário Luiz Thompson
Filho do gerente da fábrica de tecidos Confiança, Carlos Alberto Ferreira Braga começou a cantar numa época em que os moços de família não podiam viver de música. Primeiro no grupo amador A Flor do Tempo com os colegas de bairro (Alvinho, Almirante e Henrique Brito) e a seguir, já profissionalizado, ao lado de certo Noel de Medeiros Rosa, no Bando dos Tangarás, em que todos adotaram convenientes apelidos ornitológicos. O de Braguinha, João de Barro, pegou nas primeiras gravações como intérprete, em 1931 (Cor de Prata, Minha Cabrocha, de Lamartine Babo) e foi usado durante muito tempo pelo compositor de sucessos como os inaugurais Trem Blindado e Moreninha da Praia, no carnaval de 1933. A partir daí, mesmo sem conhecimentos formais de música, compondo na base do assovio, ele se transformou num campeão da folia, especializado em marchinhas, como Linda Lourinha, Uma Andorinha Não Faz Verão, Linda Mimi, Dama das Camélias, Cadê Mimi, Balancê (que redobraria o sucesso na regravação de Gal Costa, quarenta e dois anos depois), Andaluzia (recriada por Maria Bethânia), Pirata da Perna de Pau, China Pau, Chiquita Bacana (que projetou Emilinha Borba), A Mulata É a Tal, Tem Gato na Tuba, Adolfito Mata-Mouros (sátira a Hitler) e o misto de paso doble Touradas em Madri, cantado por um Maracanã em festa na goleada do Brasil sobre a Espanha, na fatídica Copa de 50. Participou como diretor e roteirista de filmes como Estudantes (1935), Alô, Alô, Carnaval (1936), Banana da Terra (1938) e Laranja da Terra (1940). Nessa época, começou a trabalhar como diretor artístico da gravadora Continental, onde projetou nomes como Radamés Gnattali, Tom Jobim (sua Sinfonia do Rio de Janeiro, parceria com Billy Blanco foi gravada duas vezes), Lúcio Alves, Dick Farney, Doris Monteiro, Tito Madi, Nora Ney, Jorge Goulart e Jamelão. Em 1937, a cantora Heloísa Helena pediu-lhe uma letra para um choro-canção instrumental de Pixinguinha e nasceu o hino Carinhoso. Da mesma forma que modificou Linda Pequena de Noel Rosa para As Pastorinhas, que se tornaria um clássico póstumo do poeta da Vila, Braguinha (com parceiros como o médico Alberto Ribeiro) cunhou o manifesto pré-tropicalista Yes, Nós Temos Bananas (resposta ao fox americano Yes, We Have No Bananas). Fez ainda tanto o samba-canção de inspiração rural (Mané Fogueteiro, emblemático na voz de Augusto Calheiros, a Patativa do Norte) quanto urbano-modernista como Laura e Copacabana, cuja gravação, de Dick Farney, em 1946, com arranjo de cordas de Radamés Gnattali, seria considerada precursora da bossa nova. Apimentando suas composições à medida que mudavam os costumes (Vai com Jeito, Garota de Saint-Tropez, Garota de Minissaia), ele também arquitetou com delicadeza a mais impressionante coleção de discos infantis, aclimatando para o Brasil histórias da Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Alice no País das Maravilhas, além de recuperar inúmeras cantigas de roda. Nonagenário com espírito de criança, Braguinha é um retrato cantado da alma jovial do Rio de Janeiro dos melhores tempos. Tárik de Souza
Escute uma amostra do trabalho: Atenção: para ouvir a amostra você precisa do RealPlayer (gratuito) instalado em seu computador. Pegue-o na seção de informática do Terra, clicando aqui. CDs Recomendados pelo MPBNet: Clique nos CDs para comprá-los Livros recomendados pelo MPBNet: Clique nos livros par comprá-los Página Oficial: http://braguinha.ag.com.br Outras Páginas: A estrela d'alva A canoa virou, Yes, nós temos bananas A "Casta Suzana"Ary BarrosoComposição: Ary Barroso / Alcir Pires Vermelho Será você a tal Suzana ! Amar (ou: Mentira de amor)Ary BarrosoComposição: Ary Barroso - 1937 Em teu olhar tão meigoEm teu sorriso sedutor Em teu porte sereno Em teu jeitinho encantador Eu resumi, querida Toda felicidade O bem da minha vida Eis a pura verdade Agora só espero Merecer o teu amor Porque teu coração Do meu já é real senhor E juntos pelo mundo Havemos de viver Sem nada que perturbe Nosso amor, podes crer. Amar é transformar as penas em sorriso!... Amar é transformar o inferno em paraíso!... O amor embala a vida quando é puro, O amor conduz à morte se é perjuro!... Eu quero ser feliz - serei um dia! Eu quero ser amado - serei um dia!... Porém, amado com toda sinceridade... Mentira de amor, não é amor, é falsidade!... Letras de Ary Barroso
Trigueira, que tem? Feia, com essa cor, te imaginas? Tu que assim fascinas Com um só olhar dos teus! Que ciúmes tens da alvura Desses semblantes de neve Ai, pobre cabeça leve! Que te não castigue Deus! E suspiras e murmuras... Que mais desejavas, linda? Pois serias tu mais linda Se tivesses outra cor? Trigueira, se tu soubesses O que é ser assim trigueira Dessa ardilosa maneira Porque tu o sabes ser Não virias lamentar-te Toda sentida e chorosa Tendo inveja à cor da rosa Sem motivos para a Ter! Trigueira, onde mais realça O brilhar duns olhos pretos Sempre úmidos, sem inquietos Do que numa cor assim? Onde o correr duma lágrima Mais encantos apresenta? E um sorriso, um só, nos tenta Como se tentou a mim? Trigueira! Vamos, esconde Esse choro de criança Ai, que falta de confiança! Que ardilosa timidez! Enxuga os lindos olhos Então, não chores, trigueira E nunca mais dessa maneira Te manentes outra vez! A PARTIDA DO TROPEIRO Companheiros, toca avante! Vamos todos a barandar A corte fica distante Temos muito que trotar Vou selar o meu fouveiro Que está farto de pastar Com esse burro motroqueiro Tenho contas que ajustar (sem mais tardar, sem mais tardar) Vinte léguas bem puxadas Temos hoje que fazer Se há poeira nas estradas É sinal que vai chover Então secos os regatos Está seco o riachão Mas há cheiro pelos matos Que faz bem ao coração (ao coração, ao coração) toca avante, benedito! Vai lança o burladês Esse burro, esse maldito Não me escapa desta vez Chama o Zé do Burandaco E tu monta no Baião Vai pegar-me esse velhaco Esse cabra, esse ladrão (burro ladrão, burro ladrão) Esse burro tem má copa Tem talento pra valer Sabe quando parte a tropa Vai nos matos se esconder Tem rabicho pela terra Esse denga malandrão E se sobe para a serra Ninguém hoje põe-lhe a mão (não põe a mão, não põe a mão) mas se não for encontrado há um meio de o bispar o maroto é cotubado mas não pode me enganar vão pedir ao João Toureiro sua égua de montar e verão como o matreiro vem à corda se entregar (vem se entregar, vem se entregar) Acho justo Zé Corame Razoável, natural Que o bichinho também ame Esta terra que é natal Mas sou fero quando cismo Sou cotuba, sou ferrão Não há cá patriotismo Quando chega a precisão (pois não, patrao! pois não, patrao!) Eu também falo a verdade Quando deixo este sertão Sinto logo uma saudade Me espinhando o coração Mas pra falar com franqueza O burro sabe pensar Porque ele tem certeza De nunca mais cá voltar (não mais voltar, não mais voltar) vamos, vamos Chico Pia Murcha a flor do embiruçu E quando for meio-dia Devo estar em Pajeú E tu Florêncio Cachola Manda o cargueiro a boiar Põe-me as cordas na viola Que é tempo de caminhar (de caminhar, sem mais tardar) TAVA ASSIM DE PORTUGUÊS Sob um céu puro de anil O meu Brasil Era um paraíso aberto Té que um dia um estrangeiro Aventureiro Veio olha ele de perto! E num pau de bananeira A bandeira Lusitana ele plantou Meu Brasil desde esse dia Que agonia Teve o seu descobridor! Com três pena de urubu E o resto nu Nós vivia pelas arve E ninguém tinha receio Bem o sei-o Nem dum tá Roque Gonçarve! E Cabrá que era Almirante Comandante Trouxe cem de uma só vez Quando a gente quis gritá Quis estrilá Tava assim de português! Nunca mais tranqüilidade Na cidade Teve os filho do país Cada um que aqui sartava Carregava Com a sua muié dos infeliz! É por isso que nós grita Nós apita Contra esses português Queque aqui chega e arrebata As mulata Pra sortá no fim do mês! D. ADELAIDE Dona Adelaide ao levantar a sai Faz tremeliques por mostrar a meia Meia de seda e de bordados cheia Saia com renda alva de cambraia Diz que mostrar à sua pífia aia A qual sobre ela com fervor gorjeia E diz que a andar se bamboleia Somente por inflamar mais essa raia Numa tarde chuvosa e enlameada Sobre o pezinho, a meio, saltitando Vinha a meia e a saia mostrando Seguida de faceira passarada Eis que escorregava, tomba sobre a amiga À qual, ao levantar-se toda encalistrada Ó céus, dona Adelaide, a bela fada A meia mostra até...depois da liga! RODA IAIÁ Ioiâ, meu bem, o que que é isso? Quer modo de olhar pra gente! Coitado, que eu tenho feitiço Que aparece de repente Em tudo sou decidida Tenho sangue com fartura Ai ioiô, e se duvida Ponha água na fervura! Que eu sou de foto Que eu sou de brasa Roda ioiô, já, já pra casa! Na boca tenho perfumes Da mais bela flor do prado Gostou de mim, tem ciúmes Roubou-me um beijo, é queimado! Se me abraça, ai que perigo! É mais que certo, morreu Ioiô, não mexa comigo Eu peço por amor do céu SÁ ZEFERINA Eu não sei por que te amei Sá Zeferina E por que foi que eu te encontrei, madita sina! É tão forte esta paixão, é tão infrene Que eu pareço um lampião de crerosene! A sua cor amorenada inté parece Com o moreno da cocada, que endoidece! Eu me sinto desgraçado, ai podes crer Porque eu vivo apaixonado por vancê! Seu cantor da madrugada vancê me disse Tanta coisa apaixonada, ai que tolice! E eu não sei arrespondê, pru Deus que não Proque vou comprometê meu coração! Eu não sei por que te amei Sá Zeferina Pro que foi que eu te encontrei ali na esquina! Queima os nossos corações de amor perene Semos dois, dois lampião de crerosene! CORTA-JACA Neste mundo de misérias Quem impera É quem é mais folgazão É quem sabe cortar jaca Nos requebros De suprema, perfeição, perfeição Ai, ai, como é bom dançar, ai! Corta-jaca assim, assim, assim Mexe com o pé! Ai, ai, tem feitiço tem, ai! Corta meu benzinho assim, assim! Esta dança é buliçosa Tão dengosa Que todos querem dançar Não há ricas baronesas Nem marquesas Que não saibam requebrar, requebrar Este passo tem feitiço Tal ouriço Faz qualquer homem coió Não há velho carrancudo Nem sisudo Que não cia em trololó, trololó Quem me vir assim alegre No Flamengo Por certo se há de render Não resiste com certeza Com certeza Este jeito de mexer Um flamengo tão gostoso Tão ruidoso Vale bem meia-pataca Dizem todos que na ponta Está na ponta Nossa dança corta-jaca, corta-jaca! MACHUCA Sou morena bonita e galante Tenho raios e setas no olhar E nem pode uma lira de Dante Os encantos que venho cantar Quando passam os bilontras me olhando De binóculo erguido com ardor Dizem todos se bamboleando Abrasados em chamas de amor Ai morena, morena querida! Tu nos pões a cabeça maluca (est.) Pisa e mata, destrói esta vida Ai, morena, morena, machuca! Eu machuco deveras a todos Até fico contente por isso Ao fitá-los eu os deixo por loucos Pois fitando-os lhes deito feitiço Sou morena que quando passeio Deixo cauda de luz como um astro E uma récua de gente que veio Me dizendo, seguindo o meu rastro: Estes fogos que tenho nos olhos E que têm até Dom de encantar São na vida, no mundo, os escolhos Onde os peitos se vêm quebrar Mas a culpa não é, não é minha É de todos que vêm com ardor Me julgando dos céus a rainha Me dizer abrasados de amor: CORA Teu olhar tem um mistério Que eu não posso interpretar Teu olhar é um cemitério Todo cheio de luar Quando em doce ansiedade São as cruzes da saudade Tens um ato de maldade Mas tens... do cantor Amo ouvir teus lábios rubros Ternos lábios de coral Como anjo do sepulcro Junto à cruz a soluçar Dá-me a calma do teu canto (pranto) Sê que estás em campo santo Sob o teu olhar (teu) repousa Marmórea lousa desse amor Quando a tua mão descansa Contemplado a palitar É que cheio de esperança Que me vejo a contemplar SOU MORENA Sou morena Sou morena como quê! A mais leve, a mais faceira Que já tem pisado aqui (que já tem pisado aqui) Meu riso de tudo zomba Esquiva sou como a pomba Como a pomba juriti (como a pomba juriti) Sou mais leve Sou mais leve do que a espuma Mais doce que a sapoti! (mais doce que a sapoti!) Quando nas dobras eu chego Há furor, desassossego Para ver a juriti (para ver a juriti) PARÓDIA SOBRE A CANÇÃO CASA DE CABOCLO Vancê conhece o palacete Do catete O mais rico do país? É lá dentro soberano Há três ano Dotô Washingtão Luís Tem salão e tem salinha Bonitinha Um jardim cheio de flô Nas recepução de gala Aquelas sala Fica ansim de engrossadô Frarta somente um ano e meio Eu bem o sei-o Para o dono se mudá Qué pro ali fazê seu ninho Seu Toninho Que é de Minhas maiorá Mas seu Julinho que é paulista Tem as vista Nessa mesma habitação É amigo do barbado Tá cotado Pra vencê nas ileição E o Tonico tem o queijo! O seu desejo Qué cumpri dê no que dé Mas o tá de seu Julinho de mansinho vai pagando pro café Um deles dois tem que ir-se embora Dando o fora Pra que tudo acabe em paz Pru móde de que no palacete Do Catete Um é bom, dois é ... demais! OS NAMORADOS DA LUA É meia-noite, desperta! Acorda gentil morena Sem vestido, lenço ou touca Vem que a noite está serena A lua brilha Bons cidadões! Adormecei, adormecei! E vós donzelas Meigas e belas Pra nós correi, correi É meia-noite, desperta! Acorda gentil senhora Deixa a cama sem receio Que teu esposo dorme agora! A lua brilha Bons cidadões Adormecei, adormecei E vós senhoras Algumas horas Pra nós correi, correi LUA BRANCA Ó lua branca de fulgores e de encanto! Se é verdade que ao amor tu dás abrigo Vem tirar dos olhos meus o pranto Ai, vem matar esta paixão que anda comigo! Ai por que és, desce do céu, ó lua branca! Essa amargura do meu peito, ó vem arranca! Dá-me o luar da tua compaixão Ó vem, por Deus, iluminar meu coração! E quantas vezes lá no céu me aparecias A brilhar em noite calma e constelada! A sua luz então me surpreendia Ajoelhado junto aos pés da minha amada! E ela a chorar, a soluçar cheia de pejo Vinha em sues lábios me ofertar um doce beijo Ela partiu, me abandonou assim Ó Lua branca, por que és, tem dó de mim! CORTE NA ROÇA Esse teu leque formoso De luz e perfume cheio É o beija-flor cauteloso A esvoaçar em teu seio! Este calor que tu sentes Que te escalda o coração São os sintomas ardentes De uma impetuosa paixão Ah! Ah! São os sintomas ardentes Ah! Ah! De uma impetuosa paixão Este sorriso que enflora Que apúrpura os lábios teus É um réstia da aurora De outro azul e de outros céus! Há no teu colo tremente O mesmo encanto da flor Guarda este leque esplendente Meu primeiro e santo amor! Meu coração não se acalma Não cessa de te adorar Deixa abrasar a minh'alma Nas chamas de teu olhar! Não temas, não há perigo! Por que te assustas, meu anjo? Leva minh'alma contigo Solta as tuas asasa, arcanjo! CASA DO PAULISTA Vosmicê diz que sabe tudo E fica mudo E assuntano no país E nos brasis que há três ano É soberano Sô dotô Óoxinton Luis É no fremoso palacete Do catete Vosmicê nunca viu a cô Nem oiô tar frumigueiro Traiçoeiro Dos engrossa-aduladô Pruquê farta um ano e meio De entremeio Para o só se arretirá E lá de Minas choca o ninho Seu Tonihho O maió que manda lá A tar casa é dos paulista Que têm crista Vencedô nas ileição E em caminho virá preste Dotô Júlio Preste Que é amigo do chefão Lá na casa do paulista Tá na lista E nenhum bota seu pé E o mineiro tem seu leite Que deleite! Os paulsta têm café Na sacola dois proveito Nun dá jeito E atrapáia de espantá Pois na casa do paulista Que tem crista Um sozinho há de mandá! BAIANA DOS PASTÉIS Sou baiana queria dos moços Na procura não tenho rivais Quando eu passo por eles eu ouço: Coração não me diz pra onde vais? Vou seguindo batendo as chinelas Que se leve se agregam a meus pés Vão então se abrindo as janelas Vou vendendo sem medo os pastéis Ao comer d'angu saboroso Com bastante pimenta pra ver Com bastante pimenta pra ver Cousa nobre, fina, apetitosa Com a linguinha de fora a mexer Com a linguinha de fora a mexer E a baiana pra Ter freguesia Dorme cedo e bem antes do sol Não se pode deixá a Bahia Da pimenta que esquenta o Farol Nessa mundo só...me orgulho Tudo isso foi feito pra mim Eu não bambo, não faço barulho Faço...meu Senhor do Bonfim Se na massa me dizem que acerto Isso creia que disso não creio Pois se alguém...de perto Deste mundo esqueci o recheio No trabalho não morro de inveja Sou feliz e é pra todos... Se não der na ...da igreja Que forrei com o meu tabuleiro O NAMORO Ver-se a moça que se gosta Namorá-la com capricho Fazer-se com que ela tenha Pela gente o seu rabicho É regalo que embriaga É prazer que vem do céu (est.) Sensação encantadora De se tirar o chapéu (ai) Receber sua cartinha Com promessas de entrevista Ter-se a mais pura certeza De se Ter feito a conquista Pedir depois um só beijo Com ternura, com amor E dos lábios nacarados Sentir a gente o calor Quando a coisa estiver feia E falar-se em casamento Fugir-se então com o corpo Com finura e com talento LUA DE FULGORES Ó lua-cheia de fulgores e de encanto! Se é verdade que ao amor tu dás abrigo Vem enxugar dos olhos meus o pranto Ó vem guardar está paixão que vai comigo! Ai, por quem és, desce do céu, ó lua branca! Tira esta mágua de meu peito, arranca! Daí-me o luar da tua compaixão Ó vem, por Deus, iluminar meu coração! Ai, quantas vezes se no céu me aparecias Toda a brilhar em noite calma, constelada... Ai, quantas vezes tu me surpreendias Ajoelhado junto aos pés de minha amada! Ó Lua cheia, por que és, tem dó de mim! Vem a meu lado, tenha pena, sim Daí-me o luar de tua compaixão Ó Vem, por Deus, iluminar meu coração! Ó lua cheia de fulgores e de encanto Vem a meu lado me matar esta saudade Enxugar dos olhos meus o pranto Ó vem, por Deus, me matar esta paixão! CHINELINHA DO MEU AMOR A chinelinha do meu amor É tão cheirosa! Só cheia à rosa Só cheira à flor No terreiro Em que dança o baião Abre-se a rosa Cheirosa em botão Se ela sacode Os cabelos de cetim Fica a noite Mais cheirosa que o jardim FADO DOS DESEJOS O teu corpo é um jardim Onde vivem lindas flores Teus olhos dizem amores O teu busto é um jasmim Mais bela que um querubim Pões a gente vária e louca Um beijo teu me sufoca Teu sorriso é de matar Tu tens um lírio no olhar Tu tens um cravo na boca O pincel dum artista Retratará fielmente Este teu rosto dormente Teus olhos cor de ametista Junto a ti vai-se-me a vista Toda a minha alma se encanta Tens as faces de uma santa Teus cabelos fulgentes Tens uma rosa nos dentes Com a raiz na garganta Esse olhar com que delira Faz-me delicioso amor Eu sou o teu trovador Por ti padeço e suspiro Faz-me cruentos desejos Teus olhos têm tais lampejos Que assemelham dois faróis São raios de dois sóis Quem tos arrancará a beijos? SACI PERERÊ Lá no alto da montanha Nasce o sol todo encarnado Minha amizade é tamanha Que me faz cair no fado Quebra, quebra gente boa Quebra, quebra até morrer (coro) Quem não dança é gente à toa Isto é só pra moer Dance primeiro o fado A cumadre, que é segura Só fica sossegado Quem tiver a perna dura Ô, seu velho sacudido Puxa a fieira com seu jeito Não se atrapalhe comigo Encosta a barriga e o peito Sinhá Dona Filomena Não me provoque assim A barriga sobe logo Chegue-se, chegue-se a mim Lá vem o sol nascendo Redondo como um botão Quem sente o amor ingente Tem sempre consolação CORDAO CARNAVALESCO Ô abre-ala Que eu quero passá! Eu vim de longe Não posso negá Ô abre-ala Que eu quero passá! Minha morena Vou contigo estar *** Sou do mar ê ê Sou do mar ê a Arreda, rapaziada Meu cordão vai passá! Sou do mar ê ê Sou do mar ê a Eu vim de muito longe Eu não posso negá! Sou do mar ê ê Sou domar ê a Lá vem mulata a bulir! Eu sou de vatapá! Sou do mar ê ê Sou do mar ê a Arreda, minha morena Meu cordão vai passá! A SERTANEJA Prateia a serra, tudo prateia O luar branco de minha aldeia (o luar branco de minha aldeia) Em minha terra Quando a lua sobre a serra A saudade se descerra Nos confins do coração A natureza Fica muda, fica presa Enlevada na beleza Do luar do meu sertão! Pela calada De uma noite enluarada O magote da boiada Fica olhando para o céu Se o vaqueiro Vem subindo pelo outeiro Vem a lua, sorrateiro Ergue a mão, tira o chapéu Lá na campina Quando a lua se reclina Geme a pomba, a sururina Canta e geme o pecoá Nas bananeiras Cantam as rolas cantadeiras Lá no topo das palmeiras Assobiá o sabiá Em minha aldeia Quando brilha a lua-cheia A matuta sapateia Nos requebros do baião E ao som do pinho Da viola e cavaquinho Tudo baila à luz de linho Do luar do meu sertão! O ABACATE Tem mui preciosas propriedades Artes possui misteriosa Para corrigir até da idade Os descalabros...e outras coisas! Levanta um morte e se nos vivos Produz desejos...de morrer É pra de novo e mais ativos Breve tornarem-se a erguer! Assim num moribundo Que é caso sabido Já de todo perdido Não dava uma palavra... Tal efeito profundo Fez o abacate Em suma, em suma Até que fez Que o homem em vez durma... Deu duas? ...deu três palavras, sim senhor! E qual se a morte Houvera à pressa erguido vôo O morto-horror! Inda ficou... pra mais conversa! Restaurador por excelência Dos organismos desfalcados Ele não é sem competência Com os tônus mais afamados A panacéia abençoada Na sua crème tem sabor Pode salgada, pode gelada A prova já nos dá calor CASA DE CABOCLO Vancê tá vendo essa casinha Simplesinha Toda branca de sapê? Diz que ela véve no abandono Não tem dono! E se tem ninguém não vê Uma roseira cobre a banda Da varanda E num pé de cambucá Quando o dia se alevanta Virgem santa! Fica ainsim de sabiá! Deixa falá toda essa gente Maidizente Bem que tem um moradô! Sabe quem mora dentro dela? Zé Gazela! O maió dos cantadô Quando gazela viu Siá Rita Tão bonita Pôs a mão no coração Ela pegou, não disse nada Deu risada! Ponto os oinho no chão E se casaro, mas um dia Que agonia! Quando em casa ele voltou Zé Gazela viu Siá Rita Muita aflita Tava lá Mané Sinhô! Tem duas cruz entrelaça Bem na estrada Escrevero por detrás: "Numa casa de cabloco um é poco dois é bom, três é demais!" FOGO-FOGUINHO Meu amô vive nos ares (seu bem) Meu amô vive nos ares (seu bem) Tal e qual um passarinho Voa aqui, voa acolá! Voa aqui, voa acolá! (seu bem) tris Vai andando o seu caminho Acendendo o fogo, fogo-foguinho Vai andando o seu caminho Ascendendo o fogo, fogo-foguinho (tris) Meu amô nasce das flores (seu bem) Meu amô nasce das flores (seu bem) Em figura de um taminho! Cheira aqui, cheia acolá! Cheira aqui, cheira acolá! (seu bem) tris Chiquinha GonzagaOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga, (Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1847 - Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1935) foi uma compositora e pianista brasileira. Foi a primeira chorona, primeira pianista de choro, autora da primeira marcha carnavalesca (Ô Abre Alas, 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. No Passeio Público, há uma herma em sua homenagem, obra do escultor Honório Peçanha.
[editar] BiografiaFilha de um general do Exército Imperial e de uma mãe humilde e mulata, Chiquinha Gonzaga foi educada numa família de pretensões aristocráticas (seu padrinho era o Duque de Caxias). Fez seus estudos normais com o Cônego Trindade e musicais com o Maestro Lobo. Desde cedo freqüentava rodas de lundu, umbigada e outras músicas populares típicas dos escravos. Aos 11 anos, inicia sua carreira de compositora com uma música natalina, Canção dos Pastores. Aos 16 anos, por imposição da família, casou-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Imperial. Não suportando a reclusão do navio onde o marido servia e as ordens para que não se envolvesse com a música, Chiquinha separou-se. Consegue, finalmente, abandoná-lo, levando consigo os cinco filhos. Após a separação, envolveu-se em 1867 com o engenheiro João Batista, que também se opunha à carreira musical. Separa-se e passa a viver como musicista independente, tocando piano em lojas de instrumentos musicais. Deu aulas de piano para sustentar os filhos e obteve grande sucesso, tornando-se também compositora de polcas, valsas, tangos e cançonetas. Ao mesmo tempo, uniu-se a um grupo de músicos de choro, que incluía ainda o compositor Joaquim Antônio da Silva Calado, apresentando-se em festas. A necessidade de adaptar o som do piano ao gosto popular valeu a Chiquinha Gonzaga a glória de se tornar a primeira compositora popular do Brasil. O sucesso começou em 1877, com a polca, para o cordão Rosa de Ouro, do bairro carioca do Andaraí. A partir da repercussão de sua primeira composição impressa, resolveu lançar-se no teatro de variedades e revista. Estreou compondo a trilha da opereta de costumes "A Corte na Roça", de 1885. Em 1911, estréia seu maior sucesso no teatro: a opereta Forrobodó, que chegou a 1500 apresentações seguidas após a estréia - até hoje o maior desempenho de uma peça deste gênero no Brasil. Em 1934, aos 87 anos, escreveu sua última composição, a partitura da peça "Maria". Foi criadora da célebre partitura da opereta "A Jurity", de Viriato Correia. Viaja pela Europa entre 1902 e 1910, tornando-se especialmente conhecida em Portugal, onde escreve músicas para diversos autores. Chiquinha participou ainda, ativamente, da campanha abolicionista e da campanha republicana, e foi fundadora da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Ao todo, compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora de cerca de duas mil composições. em gêneros variados: valsas, polcas, tangos, lundus, maxixes, fados, quadrilhas, mazurcas, choros e serenatas. CHACRINHA Viva Chacrinha!
José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha, nasceu em 20/01/1916, em Pernambuco. Trabalhou quase 50 anos, inicialmente no rádio e depois na televisão, se consagrando como o primeiro comunicador do Brasil. O palhaço do povo, como ele mesmo se definia. Seus programas de calouros e de divulgação da MPB, como a Discoteca do Chacrinha, a Buzina do Chacrinha e o Cassino do Chacrinha foram sucesso em todas as emissoras nas quais Chacrinha trabalhou: TV Tupi, TV Rio, TV Bandeirantes e TV Globo.Começou na Rádio Clube de Niterói, que ficava numa chácara em Icaraí. O estilo irreverente do comunicador, que recebia seu público de cuecas e com um lenço na cabeça em uma chácara, acabou por lhe legar o apelido de Chacrinha. Estreou na TV Tupi em 1956, vestido de xerife, apresentando o "Rancho Alegre", e logo depois se transferiu para a TV Rio. Por muitos anos foi patrocinado pelas Casas da Banha: daí as brincadeiras com o bacalhau e com os produtos alimentícios. A "Buzina do Chacrinha" foi criada por ele em 1968, na TV Globo, quando comandava os programas de calouros aos domingos. Às quartas-feiras era o dia da "Discoteca do Chacrinha", programa que lançou muitos ídolos da MPB e que tinha como atração as chacretes, que se transformaram em verdadeiras musas da televisão na década de 70. Durante três décadas foi líder de audiência. Em 1987, recebeu o título de professor honoris causa da Faculdade de Cidade; neste mesmo ano, foi homenageado pela Escola de Samba Império Serrano com o tema Com a boca no mundo, quem não se comunica.... Foi casado com dona Florinda Barbosa por 41 anos e teve 3 filhos: José Amélio, Jorge Abelardo e Zé Renato. Faleceu em 30 de julho de 1988, deixando uma imensa saudade em todos que tivemos o prazer de viver sua alegria. Viva Chacrinha! Uma sugestão para quem quer conhecer melhor sua biografia: Divulgação Hélio Vernier, sósia de Chacrinha, interpreta o "velho guerreiro" no especial "Por todo minha vida". (Foto: Divulgação) Quem é afinal a "Terezinha"? De onde veio a idéia de tocar uma buzina ensurdecedora no palco? Como se comportava na vida particular o pernambucano debochado José Abelardo Barbosa de Medeiras? Estas e outras perguntas serão respondidas na noite desta quinta-feira (24) no especial "Por toda a minha vida", da Rede Globo, que irá homenagear o apresentador Chacrinha. Visite a página do "Por toda a minha vida"
Alguns desses nomes darão depoimentos no programa. Caso dos cantores Elba Ramalho, Sidney Magal, Alceu Valença e Lulu Santos - todos habitués do palco do "Cassino do Chacrinha". "O Lulu deu a melhor definição para a importância do que o Chacrinha fez pela televisão brasileira: ele estabeleceu a desordem", diz Moura.
Chacrinha até em cima do telhado O escolhido para reconstituir os anos dourados de Chacrinha no especial foi o motorista de ambulância aposentado Hélio Vernier, de 73 anos. Atualmente ele engorda a conta bancária como sósia do "velho guerreiro". "Animo festas de firmas, churrascadas, concursos e tudo que é agito que me convidarem. Mas agora que a Globo me deu essa colher de chá, quem sabe não viro ator?", sonha Vernier. Braguinha [João de Barro]
Foto: Mário Luiz Thompson
Filho do gerente da fábrica de tecidos Confiança, Carlos Alberto Ferreira Braga começou a cantar numa época em que os moços de família não podiam viver de música. Primeiro no grupo amador A Flor do Tempo com os colegas de bairro (Alvinho, Almirante e Henrique Brito) e a seguir, já profissionalizado, ao lado de certo Noel de Medeiros Rosa, no Bando dos Tangarás, em que todos adotaram convenientes apelidos ornitológicos. O de Braguinha, João de Barro, pegou nas primeiras gravações como intérprete, em 1931 (Cor de Prata, Minha Cabrocha, de Lamartine Babo) e foi usado durante muito tempo pelo compositor de sucessos como os inaugurais Trem Blindado e Moreninha da Praia, no carnaval de 1933. A partir daí, mesmo sem conhecimentos formais de música, compondo na base do assovio, ele se transformou num campeão da folia, especializado em marchinhas, como Linda Lourinha, Uma Andorinha Não Faz Verão, Linda Mimi, Dama das Camélias, Cadê Mimi, Balancê (que redobraria o sucesso na regravação de Gal Costa, quarenta e dois anos depois), Andaluzia (recriada por Maria Bethânia), Pirata da Perna de Pau, China Pau, Chiquita Bacana (que projetou Emilinha Borba), A Mulata É a Tal, Tem Gato na Tuba, Adolfito Mata-Mouros (sátira a Hitler) e o misto de paso doble Touradas em Madri, cantado por um Maracanã em festa na goleada do Brasil sobre a Espanha, na fatídica Copa de 50. Participou como diretor e roteirista de filmes como Estudantes (1935), Alô, Alô, Carnaval (1936), Banana da Terra (1938) e Laranja da Terra (1940). Nessa época, começou a trabalhar como diretor artístico da gravadora Continental, onde projetou nomes como Radamés Gnattali, Tom Jobim (sua Sinfonia do Rio de Janeiro, parceria com Billy Blanco foi gravada duas vezes), Lúcio Alves, Dick Farney, Doris Monteiro, Tito Madi, Nora Ney, Jorge Goulart e Jamelão. Em 1937, a cantora Heloísa Helena pediu-lhe uma letra para um choro-canção instrumental de Pixinguinha e nasceu o hino Carinhoso. Da mesma forma que modificou Linda Pequena de Noel Rosa para As Pastorinhas, que se tornaria um clássico póstumo do poeta da Vila, Braguinha (com parceiros como o médico Alberto Ribeiro) cunhou o manifesto pré-tropicalista Yes, Nós Temos Bananas (resposta ao fox americano Yes, We Have No Bananas). Fez ainda tanto o samba-canção de inspiração rural (Mané Fogueteiro, emblemático na voz de Augusto Calheiros, a Patativa do Norte) quanto urbano-modernista como Laura e Copacabana, cuja gravação, de Dick Farney, em 1946, com arranjo de cordas de Radamés Gnattali, seria considerada precursora da bossa nova. Apimentando suas composições à medida que mudavam os costumes (Vai com Jeito, Garota de Saint-Tropez, Garota de Minissaia), ele também arquitetou com delicadeza a mais impressionante coleção de discos infantis, aclimatando para o Brasil histórias da Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Alice no País das Maravilhas, além de recuperar inúmeras cantigas de roda. Nonagenário com espírito de criança, Braguinha é um retrato cantado da alma jovial do Rio de Janeiro dos melhores tempos. Tárik de Souza
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Aos amigos - Autor(Nelson de Sá)
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Há 12 anos
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